Em tempos de isolamento
social, temos observado que surgem diversas dicas sobre o que fazer durante
esse período. O que podemos apreender com tudo isso?
Primeiramente, é bom que
existam recursos como a internet, que nos possibilitam estar conectados, trocando,
apreendendo e nos fortalecendo uns com os outros.
Além disso, estar sozinho,
gostar do silêncio, da tranquilidade e serenidade são exercícios contínuos. São
nessas ocasiões que surgem as ideias e que podemos criar. É curioso que o que mais
nos ajuda agora a lidar com o isolamento social (músicas, artes, leituras,
educação física) normalmente são pouco valorizados no ensino escolar.
Não estamos acostumados a
estar por muito tempo contínuo dentro de casa e nem temos esse registro
psíquico, então essa experiência desperta diferentes sensações e sentimentos
nas pessoas. O isolamento nos afetou bruscamente e exigiu uma mudança na rotina
e nos hábitos. Conforme vamos assimilando a ideia, percebemos que não estamos
de férias. E que temos mais dúvidas do que certezas sobre tudo que está
acontecendo ao nosso redor.
Mais do que solidariedade,
precisamos ter humildade e reconhecer que não temos controle sobre as coisas e
que não somos onipotentes. O recolhimento psíquico é um jeito de ir acomodando
tudo isso. Lidar com essa nova realidade demanda uma reorganização interna. É
um momento de repensar o que fazemos de nossas vidas, reavaliar muitas
situações e a forma como existimos no mundo. O recolhimento é um cuidado
consigo e com os outros.
Sairemos dessa mais
fortes. Todo sofrimento nos faz mudar.
Foto: Casa de Cultura Mário Quintana,
Acervo pessoal